“Temos um quebra-cabeça”, disse a professora de astrofísica de Stanford, Risa Wechsler, cofundadora da pesquisa Satellites Around Galactic Analogs (SAGA).
“O que na Via Láctea fez com que esses pequenos satélites de menor massa tivessem sua formação estelar extinta?”
As descobertas, baseadas em dados de 101 galáxias, sugerem que o caminho evolutivo da Via Láctea é altamente incomum. Pesquisadores dizem que essa descoberta desafia os modelos existentes de formação de galáxias.
“Não podemos restringir modelos de formação de galáxias apenas à Via Láctea”, explicou Wechsler. “Temos que olhar para a distribuição completa de galáxias semelhantes pelo universo.”
No cerne desta pesquisa está a matéria escura, a substância invisível que se acredita compor 85% da matéria do universo. A matéria escura cria halos massivos, cujas forças gravitacionais permitem que galáxias se formem. A composição única do halo de matéria escura da Via Láctea pode explicar a inatividade incomum de suas galáxias satélites.
“Talvez, diferentemente de uma galáxia hospedeira típica, a Via Láctea tenha uma combinação única de satélites mais antigos que cessaram a formação de estrelas”, sugeriu Wechsler.
Ao comparar 378 galáxias satélites entre as galáxias pesquisadas, a equipe descobriu que a maioria das galáxias hospeda satélites que ainda estão formando estrelas. Em contraste, metade dos satélites da Via Láctea estão dormentes.
Essas descobertas deixam os cientistas questionando o que torna nossa galáxia tão diferente. “Para mim, a fronteira é descobrir o que a matéria escura está fazendo em escalas menores do que a Via Láctea”, acrescentou Wechsler.