As FRBs, rajadas curtas de radiação eletromagnética detectáveis em ondas de rádio, há muito tempo intrigam os astrônomos.
Esses sinais normalmente têm uma frequência média de cerca de 1400 MHz e existem por apenas frações de segundo, tornando-os alguns dos sinais mais enigmáticos que o universo produz. Sabe-se que fontes de FRBs estão localizadas a milhões, até bilhões, de anos-luz da Terra.
Uma teoria proeminente atribui as FRBs aos magnetares — estrelas de nêutrons com os campos magnéticos mais intensos do universo.
Os astrônomos acreditam que interações entre o campo magnético de um magnetar e forças gravitacionais podem causar “starquakes”, resultando potencialmente em FRBs. No entanto, nem todos os FRBs se comportam da mesma forma, sugerindo que outros mecanismos podem estar em jogo.
Ao analisar galáxias onde FRBs foram detectadas, os autores do estudo identificaram condições ambientais que parecem favoráveis à sua formação.
O estudo revela que as FRBs geralmente se originam em galáxias ricas em estrelas jovens e que possuem massa excepcionalmente alta — uma combinação raramente observada.
As estrelas jovens, que geralmente são massivas, tendem a ter vida curta e eventualmente explodem como supernovas, deixando para trás as estrelas de nêutrons, incluindo magnetares. Essa evidência sugere que regiões de formação com estrelas jovens abundantes podem promover a criação de fontes de FRB.
O estudo também aponta para a importância da metalicidade de uma galáxia — a abundância de elementos mais pesados que hidrogênio e hélio. Galáxias massivas geralmente contêm níveis mais altos desses elementos, chamados de “metais” na astronomia.
Esse alto teor de metal favorece a formação de estrelas massivas, que mais tarde podem se tornar magnetares ou outras estrelas de nêutrons que podem ser ligadas a FRBs.
No entanto, os astrônomos observam que eventos de supernovas ocorrem em galáxias a uma taxa semelhante à formação de estrelas e, se os magnetares de supernovas fossem a principal fonte de FRBs, esperaríamos que a distribuição de FRBs correspondesse à das supernovas.
Como esse não é o caso, isso sugere que os magnetares formados por supernovas podem não ser a origem primária das FRBs.
Alternativamente, magnetares capazes de produzir FRBs podem se formar por meio da fusão de sistemas estelares binários, um cenário que pode ocorrer em galáxias densas com estrelas massivas.
Embora este estudo não identifique definitivamente a origem das FRBs, ele apoia a hipótese do magnetar e destaca como ambientes galácticos específicos podem ser cruciais na geração dessas explosões.