A consciência pode estar à espreita nos campos elétricos do nosso cérebro. Mistério Resumo.

 

A consciência pode estar à espreita nos campos elétricos do nosso cérebro.

As conexões neurais estão no coração da ciência moderna, fornecendo a estrutura pela qual os cientistas explicam a memória, a percepção, o aprendizado e até mesmo a consciência. Os contatos microscópicos entre as células cerebrais transmitem sinais que respondem por vários aspectos da nossa consciência complexa — pelo menos em teoria.

No entanto, Tamlyn Hunt, uma filósofa e neurocientista da Universidade da Califórnia, Santa Barbara, propôs uma hipótese alternativa em um artigo para a Scientific American. Hunt sugere que a chave para entender a consciência pode estar no campo efáptico — um fenômeno onde os neurônios interagem eletromagneticamente sem formar conexões físicas. 


O conceito de código neural foi descrito pela primeira vez por cientistas americanos em 1943. Eles mapearam a atividade cerebral, equiparando-a a um código binário, muito parecido com um computador (0s e 1s). No entanto, essa descoberta não levou a humanidade mais perto de entender a natureza da consciência. 


“A lacuna mais óbvia em nossa compreensão é tudo o que não encontramos na jornada do olho para a mão. Tudo o que eu não poderia lhe contar sobre a mente porque sabemos muito pouco sobre como os impulsos nervosos a criam”, reconheceu o neurocientista Mark Humphries em seu livro de 2020, The Speed ​​of Thought: A Momentary Journey Through the Brain in 2.1 Seconds.


Pesquisadores há muito suspeitam que os neurônios se comunicam de maneiras além das conexões sinápticas tradicionais. Um desses mecanismos é a comunicação efáptica, onde campos eletromagnéticos interagem em uma escala maior do que os impulsos elétricos que ocorrem nas sinapses. 


Evidências para interações efápticas podem estar na retina, que alguns cientistas consideram uma entidade separada do cérebro. Neurônios na retina usam eletrodifusão em vez de conexões sinápticas tradicionais, o que permite que o nervo óptico manipule uma quantidade impressionante de dados.


A confirmação experimental das interações do campo efáptico veio em 2019, quando o laboratório de Dominic Durand na Case Western Reserve University abriu um hipocampo de camundongo. As metades continuaram a se comunicar mesmo quando separadas por mais de 400 mícrons. Os resultados foram tão surpreendentes que os revisores exigiram que o experimento fosse repetido antes de aprovarem sua publicação. 


Estudos posteriores mostraram que a propagação do campo efáptico é muito mais rápida do que a sinalização neural. Na matéria cinzenta, ocorre aproximadamente 5000 vezes mais rápido do que as conexões sinápticas.


Embora haja ampla evidência experimental apoiando o papel da ativação sináptica em processos como movimento, audição e tato, a maior densidade de informações em campos efápticos — juntamente com sua permeabilidade e velocidade — levanta a questão de se a natureza pode depender desses campos para funções cerebrais críticas. 


Parece que sim. O renomado neurocientista da UC Berkeley, Walter Freeman, observou que as taxas tradicionais de ativação sináptica não conseguiam explicar a velocidade dos processos cognitivos que ele observou em coelhos e gatos ao longo dos anos. 


Um crescente corpo de pesquisa sobre interações eletromagnéticas no cérebro oferece uma explicação convincente para essa velocidade cognitiva. Um artigo recente publicado em Frontiers in Psychology sugere que os efeitos do campo efáptico podem ser o próprio mecanismo subjacente à consciência em si.



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