A anomalia fria apareceu como uma faixa oceânica que se estendia alguns graus ao norte e ao sul do equador no início de junho, após uma onda de calor oceânica recorde.
Embora a região oscile naturalmente entre fases frias e quentes a cada poucos anos, a velocidade da transição de recordes máximos para recordes mínimos foi “sem precedentes”, de acordo com Tuchen.
Michael McFadden, cientista sênior da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), que monitora dados em tempo real de bóias na região, sugere que a anomalia pode ser um fenômeno temporário. No entanto, ele reconhece que provavelmente surgiu de processos que os pesquisadores ainda não entendem completamente.
Observações indicam que as temperaturas da superfície no Atlântico equatorial oriental atingiram um recorde de 30 graus Celsius em fevereiro e março. No entanto, em junho, as temperaturas despencaram, atingindo uma baixa de 25 graus Celsius no final de julho.
Pesquisadores especulam que esse resfriamento pode ser um precursor do desenvolvimento de uma Niña Atlântica, um padrão climático regional que normalmente traz mais chuvas para a África Ocidental e menos chuvas para o nordeste do Brasil e o Golfo da Guiné.
No entanto, a Niña do Atlântico é geralmente mais fraca do que sua contraparte do Pacífico, La Niña, e não é observado desde 2013. Para ser oficialmente declarado, temperaturas abaixo da média precisam persistir por pelo menos três meses, o que não ocorreu — as temperaturas têm aumentado gradualmente nas últimas semanas, de acordo com Tuchen.
Apesar da ausência de uma Niña Atlântica oficial, os cientistas permanecem incertos sobre o que desencadeou o resfriamento acentuado no Atlântico tropical.