Os arqueólogos acreditam que a ceia bíblica ocorreu no “Cenáculo” de uma casa de dois andares com paredes de calcário e telhado inclinado vermelho. Este edifício ainda existe na cidade.
O fato é que o local da Última Ceia foi retratado detalhadamente em diversas obras de arte que datam pelo menos do século IV.
A Bíblia também descreveu em detalhes a história da Última Ceia em 33 dC, quando Jesus se reuniu com seus 12 apóstolos e disse que um deles o trairia.
Sabe-se que o Cenáculo do edifício bíblico, era uma sala de oração que podia acomodar mais de 120 pessoas.
Lucas 22: 11-13 descreve brevemente esta sala.
O Cenáculo está localizado na cidade velha de Jerusalém, no Monte Sião, localizado acima do portão sul. Colunas sustentam o teto abobadado do edifício e o telhado vermelho inclinado.
No momento, os arqueólogos não podem escavar neste local, por isso não podem confirmar com precisão a história do edifício.
Em 1884, os cristãos ortodoxos gregos encontraram um dos primeiros mapas de Jerusalém. A descoberta foi feita durante a construção de uma nova igreja em Madaba, na Jordânia.
O mapa foi criado em 560 dC como uma representação da Terra Santa, que tinha um Cardo Maximus (rua principal) no centro, bem como duas estruturas sagradas no extremo sul (canto inferior direito), identificáveis pelos seus telhados vermelhos. Todos os objetos foram rotulados em grego, incluindo o Portão de Damasco e a praça no lado esquerdo, o Portão Sul de Jaffa na parte inferior e Belém à direita.
Mas foi só em 2017 que o estudioso religioso da Universidade da Carolina do Norte, David Christian Clausen, notou algo incomum no mapa. O edifício tinha o mesmo telhado inclinado vermelho do cenáculo e estava localizado no mesmo local. Foi isso que levou os cientistas a acreditar que o Cenáculo foi o local da Última Ceia, mas ainda eram necessárias mais evidências.
Descoberto na Itália em 1846. O desenho mostra Jesus atravessando o portão sul da cidade montado num burro, com o Cenáculo ao fundo.
A Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA) decidiu testar a teoria em 2019 usando tecnologia a laser e imagens fotográficas avançadas. Usando a tecnologia, os cientistas queriam remover todas as reformas que o Cenáculo passou ao longo dos anos para ver como era durante a Última Ceia.
“Senti como se estivesse no livro O Código Da Vinci, de Dan Brown. Havia símbolos antigos para decifrar”, diz Amit Reem, arqueólogo distrital de Jerusalém da Autoridade de Antiguidades de Israel.
Os pesquisadores mapearam cada canto da sala para criar um modelo preciso do espaço, que apontou características interessantes do Cenáculo. Eles exibiam obras de arte pouco conhecidas, como símbolos do Agnus Dei, ou “Cordeiro de Deus”, e o Leão de Judá no teto.
“O leão era o símbolo do Rei David e, de acordo com as escrituras antigas, Jesus era descendente do Rei David”, explica Reem.
Os arqueólogos ainda precisam fazer mais pesquisas, disse ele. Ainda não há evidências arqueológicas de que o Cenáculo tenha sido o local da Última Ceia.