Numa reunião da Associação de Controle de Armas, Guterres sublinhou que o mundo está à beira de um potencial desastre nuclear comparável aos dias mais sombrios da Guerra Fria.
“Estamos no fio da navalha”, disse ele, apontando para o ressurgimento da chantagem nuclear e o enfraquecimento dos acordos internacionais concebidos para impedir a utilização e propagação de armas nucleares.
Guterres apelou ao desarmamento global e apelou especialmente às potências nucleares para liderarem este processo. Ele também apelou aos Estados Unidos e à Rússia para que retomem as negociações sobre o controle de armas e cheguem a um acordo sobre um novo tratado estratégico de armas (START).
Guterres recordou da “mão morta” – o sistema soviético de resposta nuclear automático, que poderia lançar armas nucleares mesmo que o centro de comando fosse destruído.
Ele enfatizou que tais sistemas baseados em algoritmos e IA poderiam levar a consequências catastróficas. Guterres concluiu que qualquer decisão de usar armas nucleares deveria permanecer nas mãos de humanos, e não de máquinas.
“Até que essas armas sejam eliminadas, todos os países devem concordar que qualquer decisão sobre a utilização nuclear é tomada por seres humanos; não máquinas ou algoritmos”, disse ele, enfatizando que a humanidade não deve confiar o seu destino às máquinas.