As descobertas poderiam não apenas resolver o mistério da formação da Lua, mas também o mistério de duas grandes “bolhas” subterrâneas.
Embora as circunstâncias exatas que provocaram a formação da Lua tenham sido debatidas há muito tempo, hoje a maioria dos cientistas tende a subscrever uma teoria conhecida como Hipótese do Impacto Gigante, que sugere que a Lua se formou a partir dos detritos criados por um impacto cataclísmico entre a Terra primitiva e um protoplaneta chamado Theia há aproximadamente 4,5 bilhões de anos.
Provar definitivamente que isso aconteceu, no entanto, tem sido um desafio há muito tempo, porque ninguém foi capaz de encontrar qualquer evidência direta de que Theia realmente existiu.
Entretanto, isso pode ter mudado graças a um novo estudo de duas misteriosas “bolhas” de material previamente descobertas na parte inferior do manto da Terra, perto do núcleo.
Estas “bolhas” são muito mais quentes e densas do que o material circundante e durante anos os cientistas ficaram coçando a cabeça sobre como chegaram lá.
A resposta, ao que parece, pode simplesmente matar dois coelhos com uma cajadada só.
De acordo com o pesquisador de geodinâmica da CalTech e principal autor do estudo, Qian Yuan, essas “bolhas” podem na verdade ser a evidência de Theia que os cientistas têm procurado.
“Simulações do Impacto Gigante sugerem que pelo menos algumas peças intactas do manto de Theia podem ter persistido no manto da Terra ao longo da história da Terra”, escreveram os autores do estudo.
Embora a investigação não comprove a hipótese de imediato, acrescenta uma credibilidade significativa à ideia de que a Lua realmente se formou a partir do que foi deixado para trás depois da colisão de Theia com a Terra.
As evidências deste misterioso protoplaneta, ao que parece, podem ter estado bem debaixo dos nossos pés o tempo todo.