Algumas vezes Ingrid passava pelas docas para pegar os peixes que o seu pai deixava sobre a mesa do barracão, num desses dias ouvira os velhos pescadores conversando entusiasticamente sobre uma criatura do mar, Ingrid curiosamente permaneceu parada, ouvindo a história, ela disse:
Aqueles senhores de voz calma se aprofundaram na história, fiquei discretamente ouvindo tudo.
Os olhos da jovem brilharam com o mistério, o velho relatou da seguinte forma:
Nos meus tantos anos no mar foi a primeira vez que vi aquela coisa enorme, esse estranho avistamento teve seu começo no final de 1969, eu era muito novo e estava aprendendo a pescar com meu pai, o barco era muito pequeno; meu pai me levou para alto mar, nós fomos pescar com a rede, acredito que meu pai estava fazendo aquilo para eu me adaptar.
Enquanto passávamos horas no mar a minha cabeça começou a doer, acredito que o sol muito quente causou a tontura; sentimos o barco balançar de forma estranha, quando olhamos na direção do mar uma grande mancha escura nos arrastou, por breve momento fiquei muito amedrontado, aquilo com certeza era uma animal enorme.
Ficamos em silêncio e minutos depois a grande mancha sumiu, meu pai na época disse que viu algo semelhante a um tentáculo gigantesco sair da água do mar; confesso que não vi nada a não ser a enorme mancha.
Ingrid pegou a sacola com o peixe e voltou para casa, intrigada com a história pesquisou nos livros da biblioteca e encontrou algo a respeito, ela dizia a si mesma que aquilo poderia ter sido o abominável Cthulhu que Lovecraft inúmeras vezes afirmava existir nos seus contos.