A ciência pode explicar por que algumas pessoas afirmam que podem ouvir as vozes dos mortos - uma característica que leva muitas delas a carreiras como clariaudientes? Esse foi o propósito de um novo estudo de clariaudientes:
1-Descobrir se as vozes em suas cabeças não eram uma psicose;
2-Quais traços de personalidade e crenças da infância eles ou elas poderiam ter tido e como se comportam ao público não-morto-ouvinte.
Mesmo que você não ouça gente morta, não acredite em clariaudientes ou nunca tenha visto um filme a respeito desse assunto, os resultados são surpreendentes.
“Para os pesquisadores de saúde mental e outros comprometidos com uma compreensão biocultural da experiência religiosa, há uma necessidade de estudos empíricos capazes de lançar luz sobre a interação entre crenças, personalidades e a ocorrência de experiências sensoriais anômalas. A absorção, uma característica ligada à tendência de alguém se tornar imerso na experiência ou no pensamento, pode ser a chave para a compreensão dessa relação.”
Publicado na revista Mental Health, Religion & Culture, o estudo foi conduzido pelo Dr. Adam Powell, do projeto Hearing the Voice da Durham University e do Departamento de Teologia e Religião. Ele e o Dr. Peter Moseley, da Northumbria University, pesquisaram 65 médiuns espiritualistas clariaudientes da União Nacional dos Espíritas e 143 não clariaudientes. Os clariaudientes em média ouviram vozes pela primeira vez de 7 aos 21 anos, com 18% ouvindo-as durante toda a vida. Para lidar com as vozes, a maioria fez algumas pesquisas que os levaram ao espiritualismo, mas 71% surpreendentemente não tinham nenhuma experiência com o movimento religioso antes da investigação.
Com que frequência eles ouvem os mortos? Quase metade (44,6%) os ouvem diariamente, com 65,1% acreditando que as vozes estão dentro de suas cabeças e 31,7% recebendo-as tanto de dentro como de fora. Não surpreendentemente, os clariaudientes eram mais propensos a ter alucinações auditivas do que o público em geral. Eles também mostraram mais absorção que o público, levando-os a mergulhar na clariaudiência como carreira ou vocação. A única coisa que isso não fez foi levá-los a absorver o espiritualismo - sua taxa era inferior à do público em geral. O principal benefício do espiritualismo era dar aos clariaudientes um senso de normalidade e uma explicação para as vozes. Sem essa exposição, outras pessoas que ouvem vozes são tratadas como doentes mentais.
Portanto, o espiritualismo não os levou a serem clariaudientes. Nem o mero desejo de falar com os mortos lhes deu a habilidade - simplesmente aconteceu e eles cresceram nisso. Embora o estudo não ofereça nenhuma causa científica para as alucinações auditivas, ele confirma (a partir de uma pequena amostra) que ela anda de mãos dadas com a absorção e a tendência que motiva as pessoas a seguirem a carreira de Clariaudiência, espiritualmente ou não.