Uma equipe de pesquisadores encontrou o ar mais limpo do planeta, revelando que ainda há pelo menos uma região atmosférica que não foi alterada devido à atividade humana.
Existe realmente um recanto em nossa Terra poluída, onde o ar é mantido tão limpo quanto antes do Antropoceno?
Surpreendentemente, sim, e os cientistas da Universidade Estadual do Colorado (CSU), liderados pela professora Sonia Kreidenweis, encontraram sua localização. Este é o ar que circula nos arredores da Antártica que antes era suspeito de ser o menos afetado pelos seres humanos.
Os autores da pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista Proceedings da Academia Nacional de Ciências (PNAS), encarregaram-se de medir a composição do bioaerosol do Oceano Antártico (águas que circundam a Antártica) e descobriram que possui o ar mais limpo do nosso planeta.
Eles descobriram que o ar na camada mais próxima da superfície (camada limite), que fornece as nuvens mais baixas sobre o Oceano Antártico, não continha aerossóis produzidos pela atividade humana.
Esses aerossóis são compostos de pequenas partículas líquidas e sólidas suspensas em um meio gasoso derivado da queima de combustíveis fósseis, plantio de culturas, produção de fertilizantes e tratamento de águas residuais. E são as atividades humanas que mais poluem o ar.
A equipe de Kreidenweis analisou os elementos do ar e sua proveniência, usando os microorganismos na atmosfera como uma ferramenta de diagnóstico. Esta foi sua conclusão:
Aerossóis que controlam as propriedades das nuvens do Oceano Antártico estão fortemente ligados a processos biológicos oceânicos. A Antártica parece estar isolada da dispersão de microorganismos para o sul e da deposição de nutrientes dos continentes do sul.
O trabalho interessante determina que o Oceano Antártico é uma das poucas partes do planeta que tiveram menos influência antropogênica.
Os pesquisadores também coletaram amostras do ar atingindo a superfície do mar enquanto viajavam pela borda da geleira antártica, ao sul da Tasmânia, na Austrália, no navio de pesquisa. Após este segundo estudo, eles descreveram o ar analisado como "verdadeiramente intocado".
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de sete milhões de pessoas morrem a cada ano por poluição do ar. É claro que seus efeitos aumentam o risco de doenças cardíacas, câncer de pulmão e derrame, entre outras condições. É urgente tomar medidas sérias para reduzi-lo, impedir as mudanças climáticas e proteger as regiões limpas do planeta, como o Oceano Antártico.
Com a Informação Grandes Medios.