Os pesquisadores descobriram que o nome de batismo de Maria Crocifissa della Concezione era, na verdade, Isabella Tomasi, e que ela entrou para o convento aos 15 anos de idade. O time suspeitava que a mensagem parecia ter sido redigida em algum tipo de linguagem simplificada ou talvez em um código criado pela freira a partir de letras e palavras de alfabetos da antiguidade, como o arábico, rúnico e grego.

Possessão

Para decodificar a mensagem, primeiro os pesquisadores do museu fizeram uma análise da repetição de sílabas e grafismos presentes no texto para identificar as vogais e, a partir daí, eles usaram um algoritmo para refinar a decodificação do conteúdo. Na realidade, o pessoal do museu esperava descobrir o significado de alguns símbolos soltos, nada que fizesse muito sentido.
No entanto, para a surpresa do time, a freira tinha um bom domínio sobre alfabetos antigos, o que permitiu que os pesquisadores encontrassem sentido nos fragmentos decodificados. Basicamente, o texto consiste em divagações e, portanto, algumas partes são incompreensíveis, mas, nele, Maria acusa a Santíssima Trindade — isto é, Deus definido como Pai, Filho e Espírito Santo — de serem “pesos mortos”.

Convento Palma di Montechiaro, na Sicília (Wikimedia Commons)

A freira fala ainda algo sobre Deus pensar que pode libertar os mortais, mas que o sistema não funciona para ninguém, e que talvez o Estige seja certo. Segundo os pesquisadores, na mitologia greco-romana, esse era o nome do rio que separava o mundo dos vivos do submundo.
Na época, a mensagem foi considerada pela Igreja como prova do embate da freira contra inúmeros espíritos do mal, e existem registros de que essas forças malignas teriam tentado obrigar a mulher a assinar a mensagem. Entretanto, ela teria conseguido se opor heroicamente às demandas dos espectros demoníacos e voltado para os braços do Senhor.
Já o pessoal do museu suspeita que a pobre religiosa provavelmente sofresse de esquizofrenia ou transtorno bipolar e, em breve, um estudo sobre seus achados será publicado em uma revista científica.











Com a Informação Mega Curioso.